Hoje, todas as empresas são empresas de multimédia

Estive numa reunião onde era discutida a estratégia para aumentar a visibilidade online de uma empresa relativamente grande. Durante a reunião sugeri a criação de conteúdo sobre a área de actividade da empresa e a presença diária nas redes sociais. A ideia pareceu agradar. Dias mais tarde, quando apresentei o plano de acção, a ideia das redes sociais foi cortada para uma vez por semana e a criação de conteúdo foi simplesmente eliminada.

Este caso não é único. É algo recorrente e a principal causa que me leva a “despedir” clientes.

Não é possível ajudar alguém que não quer ser ajudado ou que não tem capacidade de ouvir. Eu não faço milagres e sem uma estratégia e trabalho é impossível promover uma marca/empresa/site. O mundo hoje é muito diferente do que era há 10 anos. Mudou depressa mas mudou e nada o fará voltar ao que era.

Mais de 50% das pessoas que estão hoje no Facebook, há 5 anos diziam que nunca iriam criar uma conta numa rede social ou sequer sabiam o que era uma rede social.

Só quando pressionados pelos amigos foram entrando (a medo) e hoje gastam lá uma parte significativa do seu tempo. Mas mais importante, isso significa que nos últimos 5 anos, os 5 milhões de portugueses que utilizam o Facebook alteraram a forma como “consomem” informação, têm contacto com marcas e se influenciam mutuamente quanto a produtos.

Quem insiste em ignorar o mercado digital vai ter uma surpresa.

Hoje, quando estamos a pensar uma compra, e decidimos investigar, a maioria de nós irá recorrer à internet. Outros talvez sejam influenciados por amigos. Mas mesmo neste caso o mais provável é que os amigos estejam a responder a informação que recolheram online.

As empresas que não aparecem como resposta às nossas perguntas no Google, YouTube, Facebook… são simplesmente ignoradas.

A presença de uma empresa online força uma transparência, competência e exigência como nunca vimos no passado.

Aquilo que tenho verificado é que as empresas não percebem como funciona a internet, não acreditam no retorno do investimento online e pensam que “comprar” um site é tudo o que há a fazer.

E é esta a causa para que +90% dos sites de empresas portuguesas tenham menos de 10 visitas por dia, quando todos os dias mais e mais consumidores portugueses estão online.

A criação de conteúdo multimédia é fulcral para o sucesso de uma empresa. E criar conteúdo não exige uma produção elaborada, não é necessário ser um realizador de Hollywood para criar um vídeo para o YouTube ou para manter uma conta de Facebook interessante. É apenas necessário ter uma estratégia e dedicar tempo a aprender e executar. Criar 3 vídeos de um minuto por semana a responder a dúvidas comuns dos clientes não é assim tão difícil. Os mais jovens sabem isto.

A maioria dos miúdos de 15 anos sabem mais sobre marketing digital do que 99% dos empresários portugueses.

Se eu disser a uma adolescente para tirar uma foto para partilhar no Instagram. Podem ter a certeza que ela melhor que um marketeer, saberá qual a etiqueta de publicação no Instagram, o que é cool, qual o melhor emoji e hashtag a utilizar, qual a melhor hora para publicar, qual o melhor filtro, ângulo e luz para a câmara, e no final ainda saberá como promover para que a imagem atinja o maior número de pessoas.

A maioria dos empresários portugueses não sabem. E isso é ok mas têm de contratar alguém que saiba ou simplesmente dedicar tempo e aprender.

Diário de um operador de loja online

Ao contrário da crença popular gerir uma loja online não é uma fonte de dinheiro fácil. É um negócio que como todos os outros exige tempo, dedicação e capacidade de estar em constante adaptação a tecnologias que estão em constante evolução.

Cada pessoa tem a sua rotina do dia-a-dia de operações para a gestão do seu negócio online mas deixo aqui a forma como eu faço essa gestão.

Diariamente

Eu começo o meu dia por ver emails e dar resposta a assuntos urgentes.

Depois tento perceber o que se passou durante a noite. Isto involve, ver logs da plataforma e perceber se algo de estranho aconteceu.

Existe um passo que não consigo resistir e que é totalmente inútil que é o de ver as estatísticas de visitas. A informação de um dia, nada significa e serve apenas como uma ilusão mas já nem me esforço a resistir.

De seguida faço uma ronda pelas redes sociais. Dou resposta a algumas mensagens, comentários e leio artigos, comento e participo na comunidade que involve o meu negócio.

Esta ronda pelas redes sociais, blogs e outros sites, também ajuda a ganhar inspiração para o passo seguinte que é a criação. Todos os dias faço ou um artigo de blog, ou um vídeo ou qualquer outro tipo de trabalho que esteja relacionado com a minha área de negócio.

Quando estou satisfeito com o trabalho desenvolvido, publico e divulgo esse trabalho.

Todos os dias, gosto de fazer algo para melhorar o funcionamento da plataforma. Podem ser coisas como adicionar páginas de informação, melhorar textos, adicionar produtos/serviços, criar secções, optimizar o processo de venda, melhorar o design ou corrigir elementos.

Como é óbvio, nem todos os dias são assim e por vezes a vida acontece e deixo algumas tarefas de fora ou dedico-me quase exclusivamente a outras mas esta é uma ideia geral.

Semanalmente

Faço uma análise de estatísticas de visitas. Vejo o que aconteceu durante a semana e como isso se compara com outras semanas. Isto vai ajudar a ajustar o que estou a fazer a não desperdiçar tempo, dinheiro e/ou afastar clientes.

Esta análise e ajustamento é importante para resultados das campanhas de publicidade paga mas também para as estratégias de redes sociais e outras fontes de tráfego não pago. Penso que a análise de estatísticas é fundamental, como descrevi no artigo A importância das estatísticas de um site.

Mensalmente

No final de cada mês gosto de avaliar a evolução financeira e comparar com meses e anos anteriores. Esta informação permite-me, preto no branco, saber se estou na direcção certa e a tentar perceber o que estou a fazer mal e o que posso fazer diferente para melhorar.

Como abrir um site de vendas online?

Uma loja online tem bastante semelhanças com uma loja física:

Numa loja física, escolhemos uma localização e um espaço que seja vantajoso para o nosso negócio.
Numa loja online, escolhemos o site/plataforma que seja mais apropriada para nós.

A localização de uma loja física e a plataforma de uma loja online são sempre temas de discussão. No entanto, uma boa localização ou uma boa plataforma é sempre mais cara. Mas saber o que vai funcionar para um negócio (online ou não) antes deste estar a funcionar involve futurologia, que é uma ciência muito pouco exacta.

Para escolher o site tens duas opções, comprar ou alugar.

Comprar um site vai permitir maior flexibilidade na escolha das funcionalidades e design. Quando alugas um site, vais ter algumas limitações pois irás funcionar numa plataforma pré-definida e que não foi criada com o teu negócio em mente.

Comprar um site com loja online vai rondar entre €1.000 e €5.000. Podes ver aqui o artigo que fiz sobre o preço de um site para mais detalhes. O custo de alojamento de um site num servidor partilhado anda entre €50 e €200/ano.

Podes encontrar freelancers e empresas de programação de sites no nosso directório.

O valor do aluguer de um site numa plataforma que permita vendas online irá variar imenso, dependendo da plataforma, no número de produtos e outros factores específicos. Mas começa em cerca de €10/mês (com muitas limitações) e pode chegar a valores superiores a €200/mês.

Sugiro que dês uma vista de olhos no Shopify, SquareSpace, Bigcommerce e o Big Cartel.

Relativamente a receber pagamentos via web, podes optar por pagamentos via PayPal para cartões de crédito, o IfThenPay para referências MultiBanco ou HiPay Compra Fácil para cartões de crédito, referências Multibanco ou boleto bancário (muito popular no Brasil). O valor das comissões de cobrança irá ser bastante variável dependendo dos valores mas não deve ultrapassar 5% do valor cobrado.

Será depois necessário ter boas fotografias dos produtos a vender, bons textos de descrição dos produtos e traduções profissionais no caso do site funcionar em múltiplas línguas. No nosso directório consegues encontrar Fotógrafos, Tradutores e Escritores.

Agora para um banho de realidade, colocar o site de vendas online é a parte mais fácil. Eu costumo dizer que criar o site é apenas 10% do trabalho. Os restantes 90% estão no apoio ao cliente, na gestão de encomendas, na análise de estatísticas, em optimizações e melhoramentos, na divulgação, na negociação com fornecedores, etc.

Numa loja física precisamos de pelo menos uma pessoa a tempo inteiro para que a loja funcione, numa loja online também. Para saber sobre as exigências do dia-a-dia de um operador de um negócio online lê: Diário de um operador de loja online.

Facturação Online – Como passar facturas oficiais através de uma loja online?

Para quem tem um site ou loja online e pretende emitir facturas certificadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira de forma automatizada não tem muitas opções.

Alguns programas de facturação criam a loja e fazem a gestão de stocks mas as que vi implementadas são muito fracas, lentas e limitadas. Demasiado limitadas para o meu gosto. Para além disso obrigam a ter um servidor online e com largura de banda para dar resposta a múltiplos utilizadores simultâneos. Isso não é barato.

O sistema de facturação que utilizamos em Nuvens.pt é o InvoiceXpress.

Utilizamos este sistema porque:

  • nos permite ter acesso à facturação em qualquer computador com ligação à internet
  • efectua automaticamente as comunicações SAFT para as finanças
  • faz cópias de segurança automáticamente
  • tem inúmeras integrações com outros softwares e pagamentos
  • emite facturas electrónicas
  • tem um interface simples (e que de facto funciona)
  • tem acesso via API

Este último ponto pode parecer o menos apelativo mas é o mais importante para que um site possa emitir facturas automaticamente. Através do API podemos programar no nosso site um sistema que após confirmação de cobrança, emite factura/recibo e envia via email.

Os preços do InvoiceXpress variam entre €5 a €25 mensais para quem emite entre 10 e 1000 documentos por mês

Aquilo que menos gosto no InvoiceXpress é a falta de atendimento por telefone e o atendimento por email também deixa algo a desejar (em duas ocasiões estive dias sem resposta). No entanto, como o sistema funciona bem o factor atendimento não é impeditivo que os sugira como opção.

A única forma de fazer publicidade online sem desperdiçar dinheiro

Gerir uma campanha publicitária online requer mais do que simplesmente colocar os números do cartão de crédito e clicar em “Iniciar Campanha”. Seja no Facebook, Google, LinkedIn, Twitter ou nas infindáveis redes de publicidade online lançar uma campanha só porque queremos promover o nosso site é deitar dinheiro fora.

Uma campanha (online ou offline) deve ser pensada, planeada e executada antes de “virar a ampulheta” e ver o dinheiro a sair da conta. Executada! Isto significa que o site tem de estar preparado para receber os visitantes, a linha telefónica pronta para responder às dúvidas e o produto/serviço pronto a sair porta fora o mais rápido possível.

Quando falo com clientes que pretendem fazer publicidade online existe uma pergunta que gosto sempre de fazer:

Qual o objectivo da campanha?

Uma campanha publicitária deve ter objectivos muito claros. Se é para uma empresa que presta serviços numa localidade devemos optimizar para o publico dessa localidade. Se pretendemos angariar vendas para os nossos produtos, devemos escolher um só produto a promover (ou uma linha/estilo de produtos). Se queremos aumentar os leitores da nossa newsletter, devemos procurar uma campanha que seja apelativa a pessoas interessadas no tema principal da nossa newsletter.

Público Alvo

Depois de sabermos o objectivo, devemos pensar qual é o nosso público alvo. Se forem pessoas entre os 25 e os 35 anos interessadas em moda, talvez o Pinterest seja uma boa opção. Se forem engenheiros civis, talvez o LinkedIn. Se forem os habitantes de uma cidade, talvez o Facebook ou o Google. Devemos sempre pensar no local onde o nosso público alvo passa tempo online. Muitas vezes até blogs da especialidade podem ser uma opção com bons resultados. O importante é não atirar dinheiro fora a obter visitas de pessoas que não estão interessadas.

Página de Entrada

Outro factor fundamental é criar uma página optimizada e por onde as pessoas vindas da campanha entram no site. Mandar as pessoas para a página inicial é um erro comum. Se a campanha é para promover a venda de um produto, fazer a pessoa entrar na página inicial e procurar esse produto no site é o mesmo que dizer que mais de metade vai desistir. A página onde a pessoa entra deve ser dedicada à campanha e fazer com que o visitante tenha o caminho directo para tomar a acção que pretendemos.

A Mensagem

A mensagem do anúncio deve fazer com que a pessoa se sinta compelida a clicar. Quando a pessoa clica no anúncio da campanha e chega à página que foi criada para a receber a mensagem deve continuar a “contar a mesma história” e um botão de acção (comprar/subscrever/gostar) deve estar completamente acessível.

Design

A imagem, cores, tipo de letra e espaçamentos fazem mais diferença do que muitas vezes pensamos. É possível que a simples mudança do tipo de letra faça uma diferença percentual grande na taxa de conversão de uma campanha. No entanto, nada faz mais diferença do que as fotografias escolhidas. Muitas vezes fotografias simples e com uma imagem quase amadora funcionam melhor do que fotografias profissionais. Seja como for, aqui só mesmo testando porque aquilo que funciona para um conjunto de público/mensagem, não funciona para outro.

Desperdício

Na publicidade online cada visualização e cada clique tem um custo. Nas plataformas de publicidade (como o Google ou o Facebook) devemos apontar ao máximo para o nosso público alvo para minimizar o desperdício. Se estamos a fazer uma campanha no Google para oferecer um serviço de troca de chaves ao domicílio em Oeiras, anunciar em Portugal inteiro é um desperdício. Aparecer para cada pesquisa pela palavra “chave” também. Uma ideia será quando alguém localizado em Oeiras efectuar a pesquisa “chaves domicílio”. O volume de pesquisas será baixo mas também será baixo o custo e a taxa de conversão muito mais elevada. Ou seja, menor investimento, maior resultado.

Finalmente

No fim de iniciar a campanha é necessário acompanhar as estatísticas, testar e ajustar conforme os resultados.